sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus, José Saramago



José Saramago

Ensaio sobre a cegueira, O Evangelho, entre outras importantíssimas obras, ficam no hall de lembranças de José Saramago.

No ano passado inclusive tive a alegria de ir a uma exposição de Saramago e inclusive postei aqui no nosso blog, uma exposição riquissima e de forma cronologica mostrou muitas de suas obras e também contou diversas passagens de sua vida.

Faleceu aos 87 anos de múltiplas complicações em seu organismo; sofria de leucemia e ultimamente de corriqueiros problemas respiratórios. Entra as obras mais conhecidas evidencio: "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante" e "Caim" publicado no ano passado.

Saramago marca seu estilo, caracterizado por parágrafos longos e propositalmente pouco pontuado.

Crítico, político, polêmico, social, ateu, cético, pessimista talvez, no entanto um homem que elevava sua voz contra o que considera injusto, corrupto e sujo.

Eu poderia enumerar suas qualidades, poderia aproveitar e fazer um raio-x de Saramago, mas existem sites especializados interessantissimos que tiveram todo um trabalho e zelo para configurar um arsenal de informações, ricas em detalhes e dados biograficos, prefiro apenas marcar esse texto para dizer que Saramago inspirou pessoas como eu.

Onde estiver Saramago, que haja amor e um pouco paz.

Uma frase inesquecível:

"O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever" - falando de seu avô

Algumas de suas frases:

"Eu, no fundo, não invento nada. Sou apenas alguém que se limita a levantar uma pedra e a pôr à vista o que está por baixo. Não é minha culpa se de vez em quando me saem monstros."

"Estamos usando nosso cérebro de maneira excessivamente disciplinada, pensando só o que é preciso pensar, o que se nos permite pensar."

"Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida".

"Por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel."

"O universo não tem notícia da nossa existência."

"Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe"

"Duas fraquezas não fazem uma fraqueza maior, fazem uma força nova."

"Ainda que te possa parecer estranha a comparação, os gestos, para mim, são mais do que gestos, são como desenhos feitos pelo corpo de um no corpo de outro."

"Cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança."

"Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais."

"É o que as palavras simples têm de simpático, não sabem enganar."

"Talvez as lágrimas não sejam mais do que isso, o alívio de uma ofensa"

"As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como do pão para a boca."

"Com as palavras todo cuidado é pouco, mudam de opinião como as pessoas."

"A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem."

"A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste."

"A prudência só serve para adiar o inevitável, mais cedo ou mais tarde acaba por se render."

"Em rigor, não tomamos decisões, são as decisões que nos tomam a nós"

"O acaso não escolhe, propõe"

"Não creio que haja maior respeito que chorar por alguém que não se conheceu."

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."









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Um comentário:

tarsio disse...

dois mortos!


esta parecendo obituário.