domingo, 2 de maio de 2010




Todos os dias acordando
Movimentos circulares
Olhando as nuvens
Dedilhando cordas
Buscando em prateleiras
todas as saudações
Para você, para a vida
Quantos encontros
Quantos desencontros
Qual o grande objetivo?
Existe objetivo?
Milhares de ladrilhos
na sala de recepção
E contando, e cantando
a mesma canção.

Em muitos momentos
penso que gasto meu tempo
Gostaria de aproveitar mais
O quanto se aproveita?
São os objetivos
que me fazem entrar em pânico?
Sem pânico.

Continuando
Porque as vezes no café da manhã seu humor muda?
Como você enxerga as outras pessoas?
Você as enxerga como rochas inquebráveis?
Do que seu coração é feito?
Além claro do sangue
Além claro das puladas que ele dá
Pulando para o outro lado dos fatos
O quanto corremos e corremos
A corrida do ouro
E dizemos adeus em tantos portões
Riscos de ser

As vezes desço a rua e há um homem em seu portão
Ele está absorto em pensamentos
Seu olhar é triste
Seu olhar parece vazio
Tem algo ali
Poderia ouvi-lo um pouco
Sentar ao seu lado
Chorar com ele
Sentir sua mágoa
Eu poderia
Que verbo é esse
de sentir e não fazer?

Meu sorriso sai facil
Quando você criança
Corre para meus braços
Olhos brilhantes e tão sinceros
Eu me emociono sim
E poucas vezes que isso acontecerá
É tão doce, tão doce

Se eu sair por aí saltitando...
É porque entendi certas coisas da vida
Quando envelhecer e sentir a morte próxima de mim
Não vou ter medo
Sim, um pouco
Mas, olha quanta história há por detrás de mim
Com quantas pessoas já conversei?
Não consigo contar
quantos amigos se foram
Bifurcação necessária...
Famílias se formaram
Rumos se tomaram
O veleiro não parou
A nau não afundou
Tudo continuou...
Nos giros do universo
Nos movimentos circulares
Todos os dias acordando

* * *

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